Comunicação é a ponte para o diálogo

Quem nunca enfrentou o constrangimento de não ser compreendido em uma conversa informal com um amigo, um parente, um colega de trabalho ou até mesmo com um superior hierárquico na empresa? Por que somos incompreendidos quando nos comunicamos?

O que realmente acontece quando comunicamos? 

Os textos técnicos traduzem a palavra “comunicação” como a capacidade de interação entre duas pessoas. No entanto, existem fatores que dificultam, e muito, nossa comunicação. Essas barreiras geram distorções, conflitos, incompreensões, perda de produtividade e até mesmo uma redução do faturamento das empresas.

Uma pesquisa feita pelo Instituto Galup com 23 milhões de profissionais, em 2017, classificou que apenas 13% dos colaboradores “se sentem engajados” por terem uma relação emocional com o trabalho: amam o que fazem. Outros 63% “não se sentem engajados”, se tornam infelizes, e só trabalham porque precisam de recursos para pagar suas contas pessoais. Um total de 24% dos colaboradores, segundo a pesquisa, estão “altamente desengajados”, não se sentem identificados com o trabalho e desenvolvem problemas como estresse e depressão.

Essa introdução é para mostrar como é difícil manter uma comunicação 100% com seus colaboradores. Se fôssemos desdobrar o assunto por esse caminho, certamente teríamos que estimular as empresas a desenvolverem, no mínimo, um programa de valorização de seus funcionários. Mas não podemos minimizar o impacto que a insatisfação de mais de 80% dos funcionários produz na atividade da empresa.

Os conceitos sobre comunicação mostram que dois tipos básicos de interação acontecem, uma com o público interno (professores, coordenadores e diretores) e outra com o público externo, formado pelos alunos, pais e outras instituições concorrentes. Se focarmos no processo educacional, observamos que a boa comunicação depende do diálogo entre professores e alunos e entre os estudantes e os demais departamentos da Instituição de ensino. 

Atualmente, a pandemia do Covid-19 obrigou as escolas a desenvolverem processos alternativos e intensificou a necessidade de uma boa comunicação com seus profissionais e com pais e alunos. Na comunicação interna, tornou indispensável orientações claras e objetivas e uma maior aproximação com o corpo docente, na busca de maior engajamento. Por outro lado, não é menor o desafio de alunos e pais, que tentam se adaptar, também, aos processos educacionais on-line.

Essa situação agudizou um problema que, em geral, as instituições enfrentam, sejam as do setor educacional ou de qualquer outro segmento empresarial. Mais do que nunca, boas práticas de comunicação transparentes são necessárias para promover uma interação que permita melhores resultados para todos.

Do ponto de vista do público externo, como a instituição se mostra no mercado aos seus concorrentes, existem técnicas utilizadas para definir com objetividade o que podemos chamar de Forças, Fraquezas, Ameaças e Oportunidades. Uma análise, conhecida pelo nome de “SWOT”(strenghts, weaknesses, oportunities e threats), que fornece material suficiente para a instituição estabelecer um plano de comunicação externa – e de reforço para a comunicação interna – com o objetivo de atrair novos clientes e, ao mesmo tempo, dar um upgrade na sua posição no ranking do mercado doméstico e até internacional, em alguns casos.

Nesse plano de comunicação, são estabelecidas metas de desempenho para que a instituição alcance a sua melhor performance e maior ganho em produtividade e rentabilidade. Da mesma forma, esse plano também orienta o corpo docente a ser mais cooperativo e garantir um maior engajamento dos colaboradores.

Nossa comunicação é dualista e, portanto, trabalha com conceitos como  certo ou errado; bom ou ruim; punição ou recompensa. As instituições devem buscar as soluções por meio do diálogo e não “ perder tempo” com os conflitos. Eles são necessários, mas não podem bloquear o processo de desenvolvimento de planos de trabalho. Devem ser compreendidos e solucionados. 

É preciso compreender que existe uma forma de solucionarmos um problema. Isso exige que o líder tenha a habilidade de saber ouvir, empatia para reconhecer as necessidades do seu interlocutor – demonstrando interesse sincero – e de estabelecer uma ponte para que o diálogo não fracasse.