A técnica do conhecimento, da compreensão, da prática do aprendizado e muito mais.
Há um provérbio chinês que diz: “Aquele que aprende mas não pensa, está perdido”. Muitas vezes, recorrer a um provérbio é a forma mais simples de passar uma ideia, um conceito. Cada um terá sua própria experiência, cada um vai interpretar de acordo com seus conteúdos. O fato é que, sem pensar, é muito mais complexa a atividade daqueles envolvidos na tarefa de transmitir o aprendizado.
Eu me arrisco a dizer que foi com essa percepção que o psicólogo educacional Benjamim Bloom elaborou, na década de 50, o que até hoje chamamos de “Taxonomia de Bloom”. Simplificando, posso descrever como uma ferramenta de auxílio à elaboração de um plano de aula. Mas a “Taxonomia de Bloom” é muito mais do que esse brevíssimo resumo: ela estimula o aluno a pensar sobre o conteúdo apresentado e tirar suas próprias conclusões.
É fácil compreender a importância de uma técnica que, apesar de revisada em alguns momentos, não perdeu a sua essência. Afinal, Bloom disponibilizou esse aprendizado no século passado. E até nossos dias tem se comprovado como um importante treinamento para a evolução do ensino. A “Taxonomia de Bloom” pode ser utilizada para qualquer aprendizado: desde como aprender a andar de bicicleta a elaborar o planejamento de um curso de altíssima tecnologia e qualificação.
Trata-se de uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais que permite a assimilação de conceitos e estruturar instruções. A “Taxonomia de Bloom” é definida por pesquisadores não apenas como uma ferramenta de “elaboração de avaliações e testes”, mas como um recurso “útil e eficaz” no planejamento e implementação de aulas. A referência está colocada no desenvolvimento de competências e habilidades, tanto de professores como de alunos, que demonstram maior capacidade de compreensão.É uma ferramenta para o professor. Quando domina a técnica, ele alcança a maestria no ensino e aprendizagem. O principal objetivo de uma formação em “Taxonomia de Bloom” é permitir que o professor crie atividades e contextos que gerem maior engajamento dos alunos no aprendizado. Os alunos se beneficiam da ferramenta porque passam a ser encorajados a pensar de maneira crítica, aprofundada e na resolução dos problemas.
Especialista em formação docente, a mestranda e pós-graduada Ivana Gomes, colaboradora do Instituto Integer, faz uma comparação interessante para definir a “Taxonomia de Bloom”. “É a forma como todas as pessoas aprendem qualquer conteúdo”, afirma . A Taxonomia tem seis categorias, sendo as três primeiras a base de todo o estudo: conhecimento, compreensão e prática. No estágio do conhecimento, o aluno é apresentado ao conteúdo ( conhecer uma bicicleta). Em seguida, compreender o conteúdo (como se anda de bicicleta) e, finalmente, ter a prática (andar de bicicleta e explorar suas habilidades no uso da bicicleta).
O esquema poderia ser definido como etapas do conhecimento e cada fase está associada a um verbo. Por exemplo, conhecimento é aprender e memorizar informação de conteúdos, definir, recordar.
Na fase da compreensão, o aluno entende e dá significado ao conteúdo, pois explica, discute, descreve e decodifica. Finalmente, assimilado o aprendizado a fase seguinte é a de colocar em prática o conteúdo aprendido em uma situação concreta como interpretar, aplicar, ilustrar e resolver.
Em uma progressão, temos em um estágio mais complexo da “Taxonomia de Bloom” o desenvolvimento da capacidade de analisar ( separar, hierarquizar e classificar o conteúdo aprendido), fazer uma avaliação e, finalmente, adquirir a habilidade de criar um produto com base no seu aprendizado.
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