A pandemia provocada pela Covid-19 transformou radicalmente nossos hábitos, nossas rotinas, costumes e o aprendizado das crianças. Com as aulas suspensas, devido a possibilidade de contágio, as escolas tentam se superar e correm para complementar o horário escolar com aulas online.

Estabeleceu-se uma corrida por aplicativos para o ensino online e um treinamento “na marra” de professores acostumados a ensinar em um quadro, com caneta e apagador. Foi assim. Não é mais e, com certeza, o ensino por meio do computador não será uma experiência limitada ao período da pandemia.

Essa é uma experiência nova para crianças do maternal e ensino fundamental. Para esses níveis de aprendizado, o ministério da Educação não autoriza o chamado ensino a distância. Para essa faixa etária, o entendimento é de que a presença do professor na sala de aula ainda é muito importante e uma referência, inclusive para a boa educação escolar.

Nos meios acadêmicos, a expansão do ensino em que não exige a presença do aluno, é agenda permanente. Pensar que há 16 anos nem se falava em uma formação superior utilizando um ambiente tecnológico. O ensino a distância venceu o preconceito e atualmente está consagrado como uma importante modalidade de transmissão do conhecimento e formação de profissionais.

É uma discussão polêmica, mas desde a campanha eleitoral é um tema que conta com a simpatia de uma equipe da Presidência. Foi defendida a inclusão do ensino fundamental, mas como um sistema híbrido por meio do qual os alunos ainda seriam obrigados a comparecer nas salas de aulas apenas para fazer as provas de conhecimento. O debate não avançou. Definitivamente, porém, se inseriu na agenda da Educação e ganhou dinâmica com a pandemia do covid-19, que já provocou a morte de milhares de pessoas, o isolamento social e uma crise econômica de grandes proporções no planeta.

Os dados mostram que em 2004 não havia o ensino à distância. Quatro anos depois entre 2007 e 2008, houve um aumento de nada menos que 96,9% no número de matrículas daqueles que queriam estudar onde e quando quisessem. Foi nessa época que a modalidade de ensino atraiu pessoas de mais idade e os interessados em uma segunda graduação. Hoje, conquistou o mercado.

O “ensino por computador” se popularizou ainda mais nesse início do ano porque, pela primeira vez, foi aplicado para os estudantes do ensino fundamental. É fato, também, que há uma certa dificuldade de se identificar afinal o que é o ensino a distância, o e-learning e o ensino online. Aliás, até a grafia divide os gramáticos e vira-e-mexe nos deparamos com “ensino à distância” e “ensino a distância”.

Para os conservadores, o correto é “ensino a distância”. Mas, afinal, o que diferencia se todos são ensinos por meio de computadores e da internet.

Há definições bastante simples.

a) Ensino à Distância (EaD)? -É a modalidade de ensino em que professor e aluno não se encontram no mesmo local geográfico. Não é um curso presencial. O aluno estuda na hora que quiser, no lugar que quiser e no seu próprio ritmo. E tem seu certificado.

b) O que é e-learning? É uma modalidade do ensino a distância, mas é um termo utilizado pelos ambientes acadêmicos e corporativos. Da mesma forma, são usadas tecnologias da Internet para transmitir conhecimento e melhorar desempenho do aluno. A informação está disponibilizada em um site. Há outras modalidades, como por exemplo, curso por correspondência.

O e-Learning pode ser dividido em duas categorias: cursos que acontecem ao mesmo tempo em que o professor ensina, como uma transmissão de videoaula ao vivo ou um chat. E os cursos e treinamentos que são gravados previamente e armazenados. Nessa modalidade, chamada “assíncrono”, o aluno acessa os conteúdos no momento que quiser.

c) E o que são cursos online? Curso online é o termo mais utilizado pelo público em geral. Ele é semelhante ao e-Learning, também necessita de um ambiente de internet. A diferença é que os cursos on-line são criados por pessoas físicas para pessoas físicas. Às vezes, há interesse financeiro envolvido na venda ou distribuição de conhecimento, embora essa não seja uma regra.

Um dado é certo. O avanço do ensino a distância ainda depende de muitas regulamentações pelo Ministério da Educação, inclusive dos estudos para, eventualmente, incluir o ensino fundamental nessa modalidade. Além, é claro, da definição de critérios objetivos para qualificar esses cursos. Não se trata de um professor ficar em frente a uma câmara e falar, falar, falar … É preciso trazer criatividade ao ensino por meio da internet de forma que o conteúdo apresentado seja ao mesmo atrativo e interativo.

Os alunos não devem estar passivamente absorvendo os conteúdos, como aliás se observava nas salas de aula tradicionais. O ensino à distância deve desafiar o aluno, ser provocativo e despertar a curiosidade por outros conteúdos a respeito do mesmo tema. Muitos desses cursos são montados com apresentações em Power Point ou vídeos no YouTube. Para torna-los ainda mais atrativos, seus criadores sugerem, na mesma página do ambiente de internet, vídeos, conteúdos interativos e animações.